Até mesmo períodos relativamente curtos de estresse poderiam provocar alterações que deixam as células cerebrais hipersensíveis por semanas, informaram cientistas israelenses que tentam descobrir a origem das moléstias causadas pelo estresse traumático, segundo reportagem publicada na edição desta sexta-feira da revista Science.
Essas experiências foram realizadas com ratos e ainda estão muito longe de provar que os neurônios humanos reagem da mesma maneira.
Entretanto, a pesquisa gerou interesse entre os cientistas que se esforçam para estudar o estresse traumático causado após os atentados terroristas de 11 de setembro.
"É uma nova pista que chama muito a atenção", comentou o catedrático da Universidade Rockefeller, Bruce McEwen, que pesquisa os efeitos do estresse no cérebro.
Qualquer pessoa que experimentou algum trauma em sua vida sabe como tais ocasiões podem deixá-la nervosa. Essa é uma maneira de o cérebro se proteger contra futuros traumas, aprendendo com a própria experiência. Mas, em algumas pessoas, esse mecanismo de proteção pode ir mais longe, levando a uma grande ansiedade, pesadelos e lembranças persistentes da experiência, conhecidos como desordem pós-traumática de estresse.
Ninguém sabe como se consegue alterar de uma reação normal de estresse para uma resposta anormal, exagerada.
O cientista Hermona Soreq e seus colegas da Universidade Hebraica informaram na revista Science que um importante elemento é uma proteína cerebral conhecida como acetylcholinesterase, ou AChE, que tem um importante papel na passagem de informação de um neurônio para outro.
A secreção de uma versão anormal da proteína AchE, causada por uma situação de estresse traumático no caso dos ratos, provocou um nível de hipersensibilidade nos neurônios.
Ao realizar um rastreamento do cérebro dos ratos, encontrou-se altos níveis de atividade elétrica que duraram várias semanas.
Fonte: CNN
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