Por que uma mulher quando fica grávida sente enjoo?
Distúrbio que costuma afetar oito entre dez grávidas, o enjôo pode ter dois componentes: um orgânico e outro psíquico. A mulher sofre desse incômodo até o terceiro mês de gestação devido às altas concentrações de um hormônio chamado gonadotrófico coriônico. "Como esse hormônio é fabricado pela placenta, o enjôo mostra que ela está funcionando bem. Aliás, mulher que tem náusea não aborta", afirmou Luiz Camano, professor-titular da disciplina de Obstetrícia da Universidade Federal de São Paulo, Unifesp.
Uma das ações fundamentais do hormônio gonadotrófico coriônico é manter o corpo lúteo gravídico, estrutura também chamada de corpo amarelo que produz continuamente, da mesma forma que a placenta, progesterona e estrógeno, em plena atividade.O estímulo desses dois hormônios faz desenvolver a glândula mamária, por exemplo.
Mal da alma
Uma das ações fundamentais do hormônio gonadotrófico coriônico é manter o corpo lúteo gravídico, estrutura também chamada de corpo amarelo que produz continuamente, da mesma forma que a placenta, progesterona e estrógeno, em plena atividade.O estímulo desses dois hormônios faz desenvolver a glândula mamária, por exemplo.
Mal da alma
Nem sempre o enjôo tem causas "palpáveis". Pode ser decorrente também de um "mal da alma", como se referiu o médico Camano. "A mulher tem uma ambivalência: quer e não quer a gravidez."
"Tanto porque pode sentir medo da nova situação como receio das futuras responsabilidades, disse. "A gestação pode desencadear uma crise emocional. Mas, com o apoio do médico e da família, esse componente psíquico desaparece e as náuseas também."
Enjôos seguidos de vômitos recorrentes fazem a grávida perder muito líquido. E exigem excepcionalmente internação da paciente para que seja feita reidratação. Depois do terceiro mês, os níveis do hormônio gonadotrófico se estabilizam e deixam de provocar náuseas.
Acidez que vem do limão e do kiwi
Alguns alimentos de sabor ácido podem aliviar a sensação desagradável que o enjôo produz. "Gotas ou rodelas de limão, kiwi e laranja na água, kiwi e laranja dão bem-estar", disse a nutricionista Heloísa Vidigal Guarita, que mantém uma empresa de consultoria nutricional em São Paulo.
Como a digestão da grávida já está mais lenta é melhor descartar frutas com casca, que demoram mais tempo para ser processadas pelo intestino. Assim, maçã e pêra, indicadas para combater as náuseas, devem ser consumidas sempre descascadas.
"Embora não contenham nenhuma substância específica que amenize o problema, essas frutas são suaves e ajudam a gestante a ficar bem", disse Guarita.
Várias refeições leves
Biscoitos salgados e sem muita gordura podem ser incorporados à dieta, preferencialmente nos intervalos entre as refeições. "Fracioná-las, aliás, é a melhor conduta," recomendou a nutricionista. "É recomendável comer pouca quantidade a cada três horas."
Como no final da gestação há um aumento no volume do abdômen, que comprime o diafragma e o estômago, a mulher não consegue fazer grandes refeições. Quando não resiste a uma feijoada, por exemplo, pode sofrer de azia. "Excesso de comida ou de gordura, que leva mais tempo para ser metabolizada, induz a esse problema gástrico", disse Guarita.
Apesar de a grávida precisar variar a dieta a fim de manter uma boa nutrição, há alguns alimentos que devem ser evitados justamente para não comprometer o processo digestivo. São eles: carnes gordas creme de leite e manteiga na preparação dos pratos azeite em demasia alho ou pimenta: podem "pesar" no estômago por serem fortes e picantes.
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