Há uma boa maneira de prevenir paradas cardíacas durante exercícios vigorosos: um bom condicionamento físico, segundo um estudo interdisciplinar divulgado por uma de suas autoras,a doutora Christine M. Albert, cardiologista e pesquisadora
do Hospital Brigham, nos Estados Unidos. A pesquisa, que durou 12 anos e da qual participaram milhares de médicos do sexo masculino, mostrou que os homens que se exercitam pelo menos cinco vezes por semana têm muito menos risco de morte súbita do que os que se exercitam uma vez por semana.
O cardiologista Daniel Shindler, professor da Escola Médica Robert Wood Johnson, em New Brunswick, Nova Jersey, destacou a importância das descobertas, feitas por pesquisadores dos hospitais de Boston, de Harvard e das escolas de saúde pública de Universidade de Miami."Se você se exercita constantemente - não é um daqueles guerreiros de final de semana - o estudo mostra que terá um resultado muito melhor", garantiu Shindler.Paradas cardíacas súbitas, geralmente causadas por ataques cardíacos ou disritmia (distúrbio de ritmo), mata cerca de 225 mil pessoas a cada ano nos Estados Unidos.A maioria dos estudos anteriores, mas não todos, descobriu que o exercício reduzia o risco de morte cardíaca súbita. Na nova pesquisa, o exercício habitual não reduz o risco total dos médicos de morte cardíaca súbita, apenas o risco durante um esforço vigoroso.Os médicos disseram que qualquer atividade que estimula o suor, como caminhadas enérgicas ou jardinagem podem ser considerados exercícios.Além de proteger o coração, o exercício vigoroso regular fortalece os ossos e os músculos, aprimora a flexibilidade e reduz a pressão sangüínea, o colesterol, a gordura do corpo, o estresse e o risco de derrame.Os médicos alertaram que o exercício árduo pode, ainda, propor um perigo a curto-prazo, pelo menos para as pessoas sedentárias, e têm sido amplamente divulgadas as mortes de atletas enquanto fazem exercícios e de pessoas mais velhas, fora de forma, enquanto removem neve com pá.Mas o risco de uma parada cardíaca fatal durante ou logo após um exercício extenuante ainda é extremamente baixo, disseram.Shindler espera que os médicos utilizem essas descobertas para encorajar mais pacientes, com boas condições cardíacas, a, pelo menos, começar a fazer caminhadas enérgica regularmente.Ele e Albert enfatizaram que as pessoas deveriam desenvolver um programa de boa forma, mas, antes, devem verificar com um médico se têm problemas de saúde.No estudo, publicado no New England Journal of Medicine e divulgado na quinta-feira, os pesquisadores analisaram a informação do Estudo de Saúde dos Médicos iniciado em 1982, em Boston.Examinando os registros de 21.481 médicos que começaram sem histórico de doenças coronarianas, Albert e seus colegas descobriram que ao longo dos 12 anos seguintes, paradas cardíacas súbitas mataram 122.Albert estima que os homens que se exercitaram menos de uma vez por semana eram 74 vezes mais propensos a sofrer morte cardíaca súbita durante exercício vigoroso do que em repouso.Para os homens que se exercitaram cinco ou mais vezes por semana, o risco era 11 vezes mais alto durante o esfoço acentuado.Dr. Gerald F. Fletcher, cardiologista e professor na Escola Médica Mayo, em Jacksonville, Flórida, disse que esse estudo confirma descobertas anteriores de que pessoas com condicionamento físico são menos propensas a morrer de problemas cardíacos.Fletcher, porta-voz da American Heart Association, anunciou que o grupo publicará novas diretrizes para os exercícios no ínicio do próximo ano, recomendando de 30 a 60 minutos de exercícios "razoavelmente vigorosos" quatro a seis vezes por semana."Mas você não precisa cumprir o período todo de uma vez", disse Fletcher. "Pode aproveitar as atividades do tempo de folga, como lavar carros, fazer faxina, andar atrás e crianças pequenas ou dançar em festas".Fletcher lembrou que, além de ficarem em forma, as pessoas deveriam eliminar ou controlar melhor cinco outros grandes fatores de risco para doenças coronarianas como o fumo, a pressão sangüínea e o colesterol altos, a obesidade e o diabetes.Albert afirmou que serão necessárias mais pesquisas para determinar se as descobertas se aplicam às mulheres.O doutor Barry J. Maron, do Minneapolis Heart Institute Foundation, escreveu em um editorial que acompanha o trabalho que dois fatores devem ter afetado os resultados.Os pesquisadores perguntaram aos médicos, no início, o quanto se exercitavam, mas não mediram como isso se alterou ao longo do tempo, e os que fizeram exercícios moderados, mas regulares, foram agrupados com os que praticavam exercícios ocasionais, concluíram.Fonte: CNN
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